Neues Wiener Tagblatt - Câmara aprova urgência para projeto de anistia que pode incluir Bolsonaro

Câmara aprova urgência para projeto de anistia que pode incluir Bolsonaro
Câmara aprova urgência para projeto de anistia que pode incluir Bolsonaro / foto: EVARISTO SA - AFP

Câmara aprova urgência para projeto de anistia que pode incluir Bolsonaro

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (17) à noite, um requerimento de urgência para tramitar um projeto de anistia que pode incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado na semana passada a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

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O projeto de lei, destinado desde o princípio a um perdão para os bolsonaristas condenados pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 em Brasília, tem sido a prioridade do partido de Bolsonaro nesta legislatura.

Após a votação do requerimento de urgência, com 311 votos a favor e 163 contrários, o texto será discutido diretamente no plenário, em vez de passar primeiro por comissões da Câmara.

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por chefiar uma organização armada para tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023, Bolsonaro busca a ajuda do parlamento de maioria conservadora para resolver seus problemas judiciais.

O ex-presidente de 70 anos está em prisão domiciliar preventiva na capital federal e, nesta quarta-feira, foi diagnosticado com câncer de pele.

O projeto de lei de anistia poderia beneficiar cerca de 700 pessoas que foram condenadas por participação nos atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023, que, segundo o STF, foram instigados por Bolsonaro como parte da trama golpista.

E também poderia envolver o ex-presidente, segundo defende parte da ala conservadora no Congresso.

"A gente precisa virar essa página da nossa história e aprovar a anistia sim, porque o Bolsonaro merece ter de volta tudo o que Alexandre de Moraes interferiu para tomá-lo, inclusive desequilibrando a eleição em 2022", afirmou, na terça-feira, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-governante, em alusão ao ministro do STF que é o relator do caso.

Antes da votação, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REPUBLICANOS-PB), disse que o objetivo é nomear um relator para chegar "o mais rápido possível" a um texto "que encontre o apoio da maioria ampla" no plenário.

Motta adiantou que vai rechaçar qualquer projeto que "traga ainda mais [...] polarização para o país".

O requerimento de urgência recebeu apoio dos partidos de direita e centro-direita, que derrotaram a bancada governista de esquerda.

O texto, contudo, ainda terá um longo caminho pela frente para se tornar lei.

Primeiro, deve superar a resistência dos legisladores governistas no plenário da Câmara dos Deputados. Depois, iria para discussão no Senado, onde o governo de Lula é mais forte do que na Câmara, embora também seja minoritário.

Além disso, o próprio Lula poderia vetar a lei aprovada pelo Legislativo e vários ministros do Supremo já manifestaram que o projeto seria inconstitucional.

H.Wieser--NWT