

Menos minutos em campo, mas a mesma magia: Marta ainda é a 'Rainha'
A eterna Marta, aos 39 anos, comandou o Brasil no título da Copa América feminina, com menos minutos em campo, porque o tempo passa sem piedade, mas com ainda com a mesma magia de 'Rainha'.
Após o nono título brasileiro no principal torneio da América do Sul, a pergunta que fica é se a conquista será uma grande despedida de Marta da Seleção ou se ela terá ânimo para disputar em casa a Copa do Mundo de 2027.
Apesar de alternar jogos como titular e reserva, a lendária camisa 10 fez a diferença, mostrando que ainda não perdeu a majestade.
No sábado, na final entre Brasil e Colômbia, Marta entrou em campo nos últimos minutos do segundo tempo e marcou dois gols, o primeiro para forçar a prorrogação no lance que encerrou o tempo regulamentar e o segundo para colocar o Brasil na frente, antes de as colombianas empatarem o duelo em 4 a 4.
Na decisão por pênaltis, apesar de Marta ter errado sua cobrança, o Brasil saiu com a vitória por 5-4.
"Ela é iluminada, ela é a rainha", comemorou o técnico da Seleção, Arthur Elias.
O único título que escapou de Marta em sua vitoriosa carreira foi o da Copa do Mundo, que em sua próxima edição terá como sede o Brasil, uma oportunidade de ouro para quebrar essa escrita.
O país pentacampeão mundial no masculino buscará um dos títulos que faltam eu sua sala de troféus para se juntar à lista de seleções femininas campeãs do mundo: Estados Unidos (4), Alemanha (2), Noruega (1), Japão (1) e Espanha (1).
- 49 minutos por jogo -
Marta, que havia anunciado sua aposentadoria da Seleção depois dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, reapareceu na preparação para a Copa América.
Sua presença não se deu só pelo nome, mas também pelo bom momento com o Orlando Pride, campeão da NWSL dos Estados Unidos.
No entanto, seu papel foi outro.
Menos minutos em campo, com controle de carga. E ainda assim, brilhou em seu quarto título da Copa América (2003, 2010, 2018 e 2025).
Marta fez seis jogos no torneio disputado no Equador, começando a metade deles no banco de reservas, com média de 49 minutos em campo, o suficiente para marcar três gols e dar três assistências.
Ela já tinha sido fundamental na semifinal, quando o Brasil venceu o Uruguai por 5 a 1, jogando como titular e dando o passe para a letal artilheira Amanda Gutierres (15 anos mais nova) abrir o placar. Depois, a camisa 10 marcou o terceiro gol brasileiro em cobrança de pênalti.
E além do que faz com a bola, Marta exerce liderança no vestiário.
"Já falei, ela vai aposentar com uns 45 anos, por aí. Enquanto ela estiver bem, vou estar incentivando para poder continuar com a gente", brincou a companheira de Seleção Tarciane.
Marta é um exemplo para promessas como Kaylane, que aos 16 anos pode dizer passou por sua formação como jogadora com a mulher que tinha a admiração de Pelé.
"Marta, você representa a coragem de todas as mulheres, que lutam e conquistam tudo o que merecem. Eu tenho um profundo carinho e admiração por você", publicou em vida o Rei do futebol em uma mensagem no Instagram.
"Nosso objetivo maior, sem dúvida, é ver o futebol brasileiro e sul-americano brilhando cada vez mais", disse Marta após a vitória sobre a Colômbia em entrevista ao canal SporTV.
- A Copa de 2027 é possível? -
"Essa pergunta é muito difícil, porque eu já disse em outras entrevistas que eu não penso em jogar a Copa do Mundo. Está perto, mas não está (...) Estou vivendo o momento agora", disse a própria Marta ao site da Conmebol, antes da Copa América.
"Não me cobre estar bem amanhã ou depois de amanhã, ou em 2027 para uma Copa do Mundo. Até porque eu não sei o que pode acontecer. Hoje eu estou aqui e amanhã eu posso acordar e falar assim: 'ó, deu pra mim'. Vou me dedicar, vou ter meu filho, vou ter minha família", comentou.
Se a melhor jogadora da história chegar a disputar a próxima Copa, será sua sétima participação no torneio, depois das edições de 2003, 2007, 2011, 2015, 2019 e 2023, com um recorde de 17 gols marcados.
P.Mayer--NWT